28 de Mar de 2024

Síndrome cresce 20% e pode estar relacionada a diversas doenças.

O olho é o órgão que mais sofre no verão por conta das mudanças de hábitos, oscilações do tempo e maior proliferação de bactérias no ar. De acordo com o oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto os prontuários do hospital em que atende mostram que a síndrome do olho vermelho aumenta 20% durante a estação. Olhos vermelhos, lacrimejamento, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada são os sintomas.

O especialista afirma que podem sinalizar conjuntivite, alergia, olho seco ou ceratite. “Cada uma dessas alterações tem tratamento específico, mas nos meses mais quentes do ano 4 em cada 10 pacientes já chegam aos consultórios usando colírio por conta própria e por isso colocam a visão em risco”, alerta.

Conjuntivite

A água do mar e das piscinas são os maiores vilões entre crianças porque elas costumam abrir os olhos debaixo d’água. “No mar este hábito facilita a contaminação por micro-organismos”, afirma. Isso porque, o sal aumenta a perda da lágrima que protege a superfície do olho e fica suspensa na superfície pela córnea, membrana de 5 milésimos de milímetros. Já nas piscinas, ressalta,  não é só o cloro que deixa os olhos vermelhos. Até as mais bem tratadas contêm bactérias que causam conjuntivite porque geralmente estão cheias de urina, muco de nariz, suor, maquiagem e protetor solar.

O oftalmologista afirma que o excesso de filtro solar ao redor dos olhos somado ao suor facilita a penetração nos olhos de crianças e adultos. Resultado: o verão também aumenta os casos de conjuntivite tóxica, uma reação alérgica pelo contato da mucosa ocular com as substâncias do protetor.

Tratamentos

Queiroz Neto afirma que a secreção varia conforme o tipo de conjuntivite. "Na bacteriana é purulenta e ao primeiro sinal devem ser aplicadas compressas mornas mais colírio antibiótico", orienta. “Na viral a secreção é viscosa e deve ser tratada com compressas frias associadas a colírio antiinflamatório não hormonal nos casos mais leves ou corticóide nos mais severos”, pontua. Já na conjuntivite tóxica ou alérgica, o oftalmologista afirma que a secreção é aquosa e as compressas frias aliviam o desconforto. Os casos de irritação ocular leve podem ser tratados com colírio adstringente e os mais severos com colírio antialérgico ou corticoide, conforme a avaliação do oftalmologista.

O especialista ressalta que só é exigida receita médica na compra de colírio antibiótico, mas adverte que a interrupção abrupta do uso de corticóide pode causar efeito rebote, ou seja, agravar a inflamação. Já a aplicação prolongada pode induzir à catarata e o glaucoma. “O uso indiscriminado de colírio adstringente predispõe ao olho vermelho crônico”, adverte.

Olho seco e ceratite

O oftalmologista afirma que no verão os maiores vilões entre adultos são: dormir com lente de contato, abusar do ar condicionado e viagens aéreas longas. Isso porque, estas três variáveis ressecam a lágrima e podem tornar a oxigenação da córnea insuficiente.

A córnea, explica, é uma espécie de lente natural fixa na frente do olho que foca a luz e protege o olho, absorvendo o oxigênio diretamente do ar, não da corrente sanguínea como as demais estruturas do nosso corpo. A má oxigenação predispõe à inflamação ou ceratite, contaminação por bactérias e à formação de úlceras que podem cegar. A produção da lágrima é menor à noite. Por isso, para manter a integridade da córnea Queiroz Neto recomenda nunca dormir com lentes de contato mesmo as indicadas para uso noturno. Outras recomendações do médico são não exagerar na exposição ao ar condicionado e retirar as lentes de contato antes do embarque nas viagens aéreas com mais de três horas de voo, já que o ar é mais rarefeito nas cabines, e instilar lágrima artificial durante a viagem.

Para garantir a boa lubrificação dos olhos a principal recomendação dietética do especialista são as fontes de ômega 3, presente na semente de linhaça, nozes, sardinha, salmão e bacalhau. Os casos mais severos de olho seco, ressalta, têm respondido muito bem às aplicações de luz pulsada que evitam a evaporação da lágrima estimulando a produção da camada oleosa. "Geralmente em 3 sessões a produção  lacrimal volta ao normal", conclui.

 

 

 

 

 

 

Fonte: assessoria de comunicação do Instituto Penido Burnier