Estudo realizado no HOB em parceria com o Hospital das Clínicas da UNICAMP, correlaciona o aumento do hormônio cortisol com o aumento da pressão intraocular

Mesmo em tempos de pandemia, é importante as pessoas não deixarem de lado os cuidados com a saúde ocular e check-up regular é a melhor forma de prevenir e tratar doenças oftalmológicas, como o glaucoma, a principal causa de cegueira irreversível no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. "O diagnóstico precoce e o tratamento adequado do glaucoma são fundamentais", explica o Dr. Ricardo Yuji Abe, especialista em Glaucoma no Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).

O oftalmologista ressalta também que uma proporção significativa dos pacientes com glaucoma pode apresentar transtornos de depressão e/ou ansiedade, situação que merece mais atenção com a necessidade de distanciamento social imposta pelo combate à Covid-19. Segundo ele, uma dúvida muito comum dos pacientes é se o estresse pode aumentar a pressão do olho. "Muitos também querem saber se o estresse está relacionado com glaucoma. Bem, diversos estudos têm mostrado o aumento da prevalência de distúrbios de ansiedade e depressão, sendo o estresse um dos responsáveis por isso. Infelizmente, esses distúrbios parecem ser a doença do século. Dessa forma a investigação do efeito do estresse no aumento da pressão intraocular é fundamental", explica Yuji Abe.

Estudo realizado no HOB, conduzido pelo Dr. Yuji Abe em parceria com o Hospital das Clínicas da UNICAMP, conseguiu correlacionar o aumento do cortisol salivar e o aumento da pressão intraocular após um teste padronizado para induzir o estresse psicológico. A conclusão do trabalho foi recentemente aceita para publicação no periódico internacional "Ophthalmology Glaucoma". "Após induzirmos o estresse psicossocial nos voluntários, ocorreu um aumento do cortisol salivar e da frequência cardíaca, causando também um aumento na pressão intraocular. Em 35% dos pacientes esse aumento chegou a mais de 2mmHg, que é um valor considerável. Os achados deste estudo são importantes pois demonstram que o estresse psicossocial pode aumentar a pressão intraocular".

A pressão intraocular elevada é, comprovadamente, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença e, como na maioria das vezes o paciente não sente nada, pode levar meses ou até anos para que venha notar alguma alteração no campo de visão. "Nosso estudo sugere que o estresse psicossocial poderia indiretamente contribuir para aumentar o risco de mais pessoas desenvolverem o glaucoma e chama a atenção para a necessidade de mais pesquisas nessa área", conclui o Dr. Ricardo Yuji Abe.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: assessoria de comunicação do Grupo Opty