Conjuntivite é o quinto sintoma mais frequente da gripe. Entenda

O surto de gripe causado pela variante do vírus influenza que está lotando os hospitais, chega ao Brasil com uma verdadeira epidemia de conjuntivite. Segundo o oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto, embora a maioria das pesquisas clínicas se concentrem nas alterações respiratórias, há evidências de que o quinto sintoma mais frequente da gripe causada pelo influenza é a conjuntivite. Não é para menos: "os olhos e o nariz estão conectados pelo ducto lacrimal que transporta o vírus para a superfície ocular”, afirma. A doença inflama a conjuntiva, membrana que recobre a face interna das pálpebras e a esclera, parte branca do olho.

Os sintomas são: pálpebras inchadas, vermelhidão, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, secreção viscosa e fotofobia (aversão à luz). Por ser altamente contagiosa, observa, é um importante fator de afastamento do trabalho que pode durar duas e até quatro semanas. Os principais grupos de risco são crianças que estão com o sistema imunológico em desenvolvimento, gestantes, cardiopatas, pneumopatas e idosos devido a diminuição da lágrima conforme envelhecemos.

Queiroz Neto afirma que se engana quem acredita que a vacina pode provocar a doença. Isso porque, é constituída por vírus inativados, ou seja, mortos e, portanto, está cientificamente comprovado que não existe este risco. O médico adverte que a conjuntivite viral também pode ser contraída através da nova cepa do coronavírus, a ômicron. Isso porque, além da conexão do nariz com os olhos pelo ducto lacrimal, tanto a lágrima como as células oculares contêm a enzima ACEA que funciona como receptor docoronavírus.

Tratamento

O oftalmologista ensina que ao primeiro sinal de conjuntivite viral devem ser feitas compressas frias e instilação de colírio lubrificante sem conservante ou com conservante virtual que desaparece em contato com a mucosa ocular. Não desaparecendo os sintomas em dois dias, é necessário passar por consulta. A conjuntivite maltratada pode causar cicatrizes, inflamação na córnea e queda permanente da visão. “Nos casos mais severos são indicados colírios com corticoide que podem causar glaucoma se forem usados por tempo prolongado, ou aumentar a resistência do vírus se o tratamento for interrompido antes da hora”, comenta o médico. Neste caso se formam membranas na conjuntiva que exigem aplicação de laser para remover opacidades que reduzem a acuidade visual. Por isso, os colírios só devem ser usados sob prescrição e acompanhamento médico. O especialista ressalta que a aplicação de água boricada nos olhos pode aumentar a irritação e causar alergia.

Prevenção

As dicas de Queiroz Neto para prevenir a conjuntivite viral pelo H3N2 ou pelo ômicron são:

  • Mantenha o uso de máscara. Ainda não estamos livres da pandemia;
  • Lave as mãos com frequência, sobretudo antes das refeições;
  • Higienize as mãos com álcool em locais públicos;
  • Não compartilhe maquiagem, toalhas, fronhas, colírio, copos e talheres;
  • Use lenço descartável para limpar o nariz;
  • Lave as mãos após tossir ou espirrar. Na falta de água e sabão use álcool;
  • Evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
  • Mantenha os ambientes bem ventilados;
  • Evite aglomerações em locais fechados;
  • Evite contato próximo com pessoas contaminadas;
  • Beba bastante água e adote uma alimentação balanceada;
  • Afaste-se do trabalho ou escola até 24 horas após cessar a febre.

 

 

 

 

Fonte: assessoria de comunicação do Instituto Penido Burnier