A biometria do crescimento axial do olho indica risco de miopia e permite prevenir antes da visão ser afetada

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Crianças em casa com os olhos grudados nas telas do computador e celular se transformaram em uma verdadeira neurose para os pais. Isso porque, o excesso de atividade online é um dos fatores de risco para contrair a miopia, dificuldade de enxergar à distância. Não por acaso, a previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que até 2050 metade da população global será míope. Pior: a prevalência da população com alta miopia, acima de 6 graus, também deve aumentar 5 vezes em 30 anos. Segundo o oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto, isso significa que todo esforço para controlar a miopia ainda é pouco. A condição acima de 6 graus aumenta a chance de glaucoma, descolamento de retina e degeneração macular, importantes causas de perda permanente da visão.

A boa notícia é que um estudo publicado no Investigative Ophthalmology & Visual Science (IOVS), jornal da ARVO, maior organização de pesquisa sobre Oftalmologia do mundo, mostra que novos míopes apresentam anos antes de qualquer alteração na refração crescimento axial de 0,36mm/ano contra 0,14 mm entre os que não tem dificuldade para enxergar. A pesquisa foi realizada com 1302 crianças em Cingapura. Todas foram submetidas a medidas de refração e biometria com acompanhamento de 3 a 6 anos. Dos participantes 509 eram míopes no início do levantamento, 490 emetropes e 303 ficaram míopes durante a pesquisa.

Tratamento com colírio

Queiroz Neto afirma que a única forma de prevenir a progressão da miopia em crianças, que têm crescimento axial acima do normal mas continuam enxergando bem à distância, é instilando no olho uma gota de colírio de atropina antes da criança ir dormir. O médico explica que como todo remédio o colírio pode ter efeito colateral que neste caso é um leve espessamento da coroide dependendo do tempo que o medicamento é usado. Na concentração de 0,01 não tem efeito rebote de reativar a miopia após a interrupção do uso.

Lente de contato e óculos

Queiroz Neto afirma que todos os dispositivos lançados para controlar a miopia tem como base a teoria da desfocagem periférica. "Enquanto a lente de contato comuns coloca a imagem atrás da retina a lente produzida para controlar a miopia coloca a imagem na zona de tratamento à frente da retina", afirma. O resultado é a redução do crescimento axial do olho em 50%. Pode ser usada por crianças a partir de 8 anos porque o descarte é diário, diminuindo o risco de contaminação da córnea. O oftalmologista ressalta que praticar atividades esportivas é essencial o controle da miopia tendo em vista que a exposição ao sol estimula a produção da dopamina que tem efeito de contenção do crescimento axial do olho. "Por isso, a lente de contato pode reforçar a proteção à visão ao permitir a prática de diversos esportes ao ar livre com baixo risco de lesões oculares, com exceção da natação, já que a água é o principal veículo de contaminação das lentes de contato", alerta.

Recentemente chegou ao Brasil uma lente para óculos que reduz em até 65% a progressão da miopia se for usada por 12 horas conforme ficou demostrado em dois ensaios clínicos. Possui uma zona de visão única que permite à criança enxergar com mais nitidez. Outra alternativa para controlar a miopia é a lente ortoceratológica. Rígida e de uso noturno elimina a miopia durante o sono fazendo uma pressão sobre a córnea que remodela seu formato. Durante o dia a criança fica livre dos óculos e lentes.

As três principais recomendações do médico são:

·         Alterne atividades internas e externas. Nossos olhos precisam do sol para controlar a miopia;

·         Nas atividades online procure olhar para o um ponto distante. Isso evita espasmo dos músculos ciliares e a miopia acomodativa;

·         Diminua, na medida do possível, as atividades online.

 

 

 

 

 

Fonte: assessoria de comunicação do Instituto Penido Burnier