A maneira mais eficaz de se manter longe dos problemas de saúde ocular, sem dúvida, é a prevenção. "Avaliar as condições da visão anualmente para mantê-la no melhor índice e garantir plena produtividade é uma boa providência a ser tomada", alerta o oftalmologista Canrobert Oliveira.

Segundo ele, é preciso avaliar a visão nas diferentes fases da vida. "A visão, como o restante do organismo, sofre alterações ao longo do tempo e deve ser acompanhada desde o berçário", informa.

A primeira avaliação deve ocorrer ainda na maternidade, com o teste do olhinho. Trata-se de um exame rápido em que o pediatra observa a visão do bebê através do feixe de luz emitido pelo oftalmoscópio refletido na retina. Quando não há nenhum obstáculo à visão, a luz chega até a retina e, ao ser refletida, faz com que o examinador perceba um reflexo vermelho. Sua ausência indica possível obstrução à passagem da luz e as suas causas precisam de investigação apurada. "Nesse caso, a criança deve ser encaminhada a um oftalmologista com urgência", observa Canrobert.

Antes de completar um ano, a criança deve visitar o oftalmologista para averiguar se está com todas as condições para desenvolver sua visão com qualidade, uma vez que o olho humano completa o desenvolvimento funcional definitivo em torno de seis ou sete anos de idade. Se não houver nenhum impedimento à saúde ocular (estrabismo ou má-formação congênita) e nenhum sinal indicativo de problema, a volta ao oftalmologista deverá ser marcada para antes da alfabetização, a fim de garantir plenas condições de aprendizado e desenvolvimento intelectual. "A partir daí, como é pelos olhos que recebemos cerca de 90% das informações, o ideal é visitar o oftalmologista anualmente", orienta o médico.

Adolescente

Na pré-adolescência e antes da fase adulta, entre os 13 e os 20 anos de idade, as pessoas estão mais sujeitas ao aparecimento de irregularidades visuais como o ceratocone, que acomete uma a cada duas mil pessoas. "O ceratocone é uma irregularidade não-inflamatória, às vezes estimulada pelo hábito de coçar os olhos em excesso, levando a córnea a sofrer mudanças em sua estrutura, obtendo o formato de cone", explica.

Aos 40 anos

Segundo o médico, os textos precisam ficar mais distantes e a iluminação mais intensa quando chegam os 40 anos de idade. "A visita ao oftalmologista, nesta fase é uma busca para eliminar as dificuldades de visão decorrentes da presbiopia, popularmente chamada de vista cansada", acrescenta.

Maturidade

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a cada ano, cerca de 600 mil brasileiros, recebem um diagnóstico de catarata e com ele o risco de cegueira.

Trata-se de cegueira reversível a partir de uma cirurgia que consiste no implante de lente intraocular e permite o retorno de boa visão, concedendo autonomia e, a depender da lente implantada, até livrar-se dos óculos.

A catarata é a opacificação do cristalino, lente natural dos olhos e que ao amarelar, em consequência do envelhecimento do organismo, a partir dos 60 anos de idade, impede a passagem da luz para a formação nítida das imagens na retina e consequentemente no cérebro.

"O único tratamento existente para remoção da catarata é cirúrgico", esclarece o médico.



Fonte: Guarulhosweb