Secretaria de Saúde do Distrto Federal alerta surto de conjuntivite com 9,4 mil casos confirmados

Apesar de ser muito comum, a conjuntivite é uma doença que deve ser vista com seriedade, pois pode evoluir para quadros mais graves se não forem tomados os devidos cuidados. Depois do estado de São Paulo, ter entrado em alerta com mais de cem mil casos registrados, agora o Distrito Federal também acende o sinal vermelho. De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, foram quase 10 mil ocorrências nos hospitais da cidade desde janeiro a abril. E com a baixa umidade, tempo seco e baixas temperaturas a situação pode ser agravada.

O oftalmologista Celso Boianovsky ressalta que com a baixa umidade típica da região, as pessoas levam mais a mão aos olhos por causa do olho mais seco, o que é uma porta de contágio, além de agravar os sintomas. Ele explica que há quatro tipos diferentes de conjuntivite, a viral, a bacteriana, a alérgica e a química (ou tóxica). Essa epidemia acontece por causa da viral, o tipo mais comum e mais grave, podendo levar de uma a duas semanas para ser tratada. “A pessoa sente como se tivesse areia nos olhos, lacrimeja muito e pode haver inchaço. Com esses sintomas deve procurar atendimento médico e seguir a risca o tratemento indicado. A conjuntivite mal cuidada pode evoluir para quadros maiores, como por exemplo o aparecimento de manchas na córnea”.

Para evitar a proliferação do vírus a dica do médico é rever hábitos básicos de higiene, não compartilhar objetos pessoais (óculos, toalhas, lenços), lavar bem as mãos com sabão e se possível álcool em gel (70%), evitando esgrefá-las aos olhos. E agora o risco são os períodos de baixas temperaturas, quando as pessoas ficam mais tempo em ambientes fechados, nessa época é comum que a doença aumente em torno de 15%. “Se você souber que está com conjuntivite ou suspeitar, evite essa exposição. O vírus se espalha muito rápido e logo pode se transformar em uma epidemia, como a que estamos vendo. Em escolas, creches, empresas e outros ambientes que não podemos evitar esse contato com tantas pessoas a higiene é a principal arma de defesa”, lembra Boianovsky.

O Dr Jonathan Lake alerta ainda em relação à automedicação, muito comum porque segundo ele as pessoas acham que a conjuntivite é algo bastante simples. “O indivíduo poderá cometer, por exemplo, o erro de usar colírios antibióticos para tratar uma conjuntivite alérgica, por exemplo. E com isso ir criando resistência a outros tratamentos e ainda não resolver o problema de imediato.

Até mesmo a Organização Mundial da Saúde lançou no mês de abril um alerta entorno dessa automedicação antimocrobiana, pois já se tornou um problema de Saúde Pública”. Outro equívoco muito comum é usar a medicação que sobrou da última vez que se teve conjuntivite, pois poderá estar contaminado ou não
corresponder ao mesmo tipo da doença.

A única medida caseira aconselhada pelo oftalmologista é o uso de compressas de água gelada no local, mas só enquanto não for feita uma avaliação médica. É uma medida apenas para aliviar o desconforto e não vai curar a doença.