Profissionais terão cartilha de bolso para avaliar grau da dor em pacientes

Sentir dor, além de provocar sofrimento desnecessário, pode retardar a recuperação final do paciente no pós-operatório. “O paciente com dor corre o risco de desenvolver retenção urinária, trombose, insuficiência respiratória, entre outros prejuízos”, alerta a médica anestesiologista Maria Luiza Maddalena, chefe do serviço de Clínica da Dor do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), no Rio de Janeiro, que está lançando a campanha "Dor Zero, Cuidado 10". A questão é tão relevante que a Associação Internacional de Estudo da Dor (IASP) elegeu 2011 como o Ano Global Contra a Dor Aguda

Com a campanha, o HSVP visa conscientizar seus profissionais de saúde para o controle da dor. “Queremos aproveitar o momento de maior divulgação internacional do controle da dor para colocar nossa instituição no mapa mundial desta luta. No Brasil, o HSVP já tem tradição nessa área”, conta Maria Luiza Maddalena.

Para isso, a "Dor Zero, Cuidado 10" terá peças educativas, treinamentos técnicos e um evento sobre o tema aberto a especialistas de outras instituições, além do lançamento de uma nova edição do Protocolo de Avaliação e Tratamento da Dor, remodelado para formato de bolso. “A ideia dessa cartilha é facilitar a consulta e o manuseio no momento da avaliação do paciente e da prescrição terapêutica”, salienta a chefe da Clínica da Dor do HSVP.

Para ela, apesar de todos os esforços, profissionais de saúde de todo o mundo precisam evoluir na questão do controle da dor. “Os avanços tecnológicos e as pesquisas científicas do último século foram notáveis e possibilitam ao médico não só preocupar-se com a cura, mas também com o bem-estar do paciente. No entanto, muitos profissionais de saúde ainda conduzem o tratamento sem priorizar o controle da dor”, avalia, ressaltando que uma pesquisa do IASP mostrou que no período pós-operatório, 80% dos pacientes entrevistados afirmaram sentir dor de moderada a intensa. Para reverter esse índice, a médica acredita que é preciso ter maior envolvimento de toda a equipe de saúde. “Ainda hoje no Brasil, a faculdade de medicina não tem uma matéria obrigatória sobre o controle da dor. É preciso mudar essa cultura”, defende Maria Luiza Maddalena.




Fonte: Assessoria de Comunicação HSVP