16 de mai de 2025
O consumo de ecstasy prejudica não só o cérebro, mas também a visão, provocando alterações na percepção e acuidade visual durante pelo menos 24 horas, de acordo com um estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade de Coimbra (UC).

Em declarações à agência Lusa o coordenador do estudo, Francisco Ambrósio, revelou que "havia inúmeros estudos sobre os danos que esta droga provoca no cérebro mas nenhum que explorasse a fisiologia da retina".
 
Neste estudo o pesquisadores administraram em ratos "uma dose única, elevada, de ecstasy" tendo observado que o eletrorretinograma apresentava alterações, que persistiam 24 horas após o consumo.
 
No estudo inicial, foi comparada a fisiologia da retina dos ratos "drogados" com a de outros a quem foi aumentada, de forma artificial, a temperatura corporal.
 
O aumento da temperatura corporal é um dos efeitos das metanfetaminas e anfetaminas (grupo no qual se inclui o ecstasy), que causam também danos nos neurônios serotonínicos (associados ao humor e bem estar) e têm ainda impacto cardíaco e respiratório, referiu o pesquisador.
 
"Os ratos a quem tínhamos aumentado a temperatura, passadas três horas, apresentavam alterações na retina semelhantes às detectadas nos ratos a quem administramos ecstasy, mas após 24 horas, apenas estes últimos ainda tinham alterações na fisiologia da retina", revelou o especialista em ciências da visão.
 
As alterações observadas são dos fotorrecetores, as células que captam a luz que chega à retina e transmitem para o cérebro um impulso nervoso e que nos permite ter percepção e acuidade visual, acrescentou o estudioso.
 
O que os pesquisadores procuram agora perceber são quais os efeitos do consumo regular de ecstasy, ou seja, se doses mais baixas, mas consumidas regularmente, têm o mesmo impacto, tendo em conta dois padrões de consumo: o jovem que consome a droga diariamente e que o faz apenas aos fins de semana.








Fonte: Opticanet