Doença é a principal causa de cegueira no mundo e atinge principalmente idosos. Segundo a OMS, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados
Uma das maiores causas de cegueira irreversível no mundo, o glaucoma atingirá 80 milhões de pessoas em 2020 e esse número pode ampliar para 111,5 milhões em 2040. É o que estimam centros de pesquisa internacionais e a Organização Mundial da Saúde (OMS). As estimativas foram divulgadas na última quinta-feira, 12, quando foi celebrado o Dia Mundial da Visão. O glaucoma é uma doença que consiste no estreitamento do campo visual. Caso a pessoa não tenha outros problemas como miopia, ela enxerga com nitidez o que está no centro, mas perde progressivamente a visão periférica. Embora a doença não tenha cura, ela pode ser tratada se for diagnosticada a tempo, alertam médicos.
“O tratamento do glaucoma consegue estagnar a doença, mas não consegue fazer o paciente recuperar a visão que ele perdeu. Então, se o controle é feito logo no início, o paciente terá uma visão com pouquíssima perda para o resto da vida. Ele não será mais afetado. Mas, se ele já está num estágio muito avançado, infelizmente, continuará assim. O máximo que podemos fazer é estabilizar”, afirmou o diretor do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Cristiano Caixeta Umbelino.
A OMS estima que entre 60% e 80% dos casos de cegueira no mundo poderiam ser evitados ou tratados. Segundo o CBO, há mais de 1,2 milhão de cegos no Brasil. Dessa forma, os dados indicam que quase 700 mil brasileiros poderiam estar enxergando se tivessem recebido tratamento adequado a tempo. Umbelino explica que há dois tipos da doença: o glaucoma primário, com causa genética, e o glaucoma secundário, que pode ser provocado pelo uso indiscriminado de remédios com corticoides, por exemplo. Para Umbelino, o corticoide é o principal causador do glaucoma secundário e é preciso haver um controle maior da venda desse tipo de remédio.
Entretanto, ele lembra que o glaucoma pode aparecer naturalmente na população conforme ela envelhece. Segundo as estimativas, cerca de 1,2% da população aos 40 anos tem o problema e 8% aos 80 anos. “Quanto maior é a expectativa de vida da população, mais pessoas terão glaucoma. É um dado do qual não se pode fugir. Esta é uma doença que, em sua maior parte, acomete idosos”, explicou o oftalmologista.
Fonte: opiniaoenoticia.com.br