29 de Mar de 2024

Miopia, hipermetropia e astigmatismo são os distúrbios da visão mais frequentes. Conheça os sintomas e como são feitos diagnóstico e tratamento

Visão subjetiva de óculos com imagem nítida de floresta e imagem borrada ao longe.

É difícil conhecer alguém que não tenha algum desses distúrbios de visão. Não é à toa: os três são extremamente comuns, já que cada um deles conta com mais de 2 milhões de casos por ano no Brasil. Suas causas não são totalmente esclarecidas, mas sabe-se que na maior parte das vezes, existe associação com a genética. Quem tem miopia, hipermetropia ou astigmatismo deve ir ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano para verificar possíveis modificações no grau.

A miopia é um distúrbio visual caracterizado por um globo ocular mais “longo”, o que provoca a formação da imagem antes que a luz chegue até a retina.

Ilustração de ação da luz em olho com miopia.

A hipermetropia é o oposto da miopia, ou seja, o olho é mais “curto”, o que faz com que a imagem se forme depois da retina.

Ilustração de ação da luz em olho com hipermetropia.

O astigmatismo ocorre quando a córnea tem uma curvatura irregular, ovalada, o que faz com que a luz sofra desvios, concentre-se em diversos pontos e forme a imagem em múltiplas regiões. O problema também pode ocorrer por deformações no cristalino, mas esses casos são menos frequentes.

Ilustração de ação da luz em olho com astigmatismo.

Sintomas de miopia, hipermetropia e astigmatismo

Quem tem miopia tem dificuldade para enxergar objetos distantes, que ficam embaçados. Para quem tem hipermetropia, enxergar objetos próximos é mais difícil. Já no astigmatismo, como existem múltiplos focos de formação de imagem, tanto objetos próximos como distantes sofrem distorção e ficam “borrados”. Sem tratamento, além das alterações de visão esses distúrbios podem provocar dor de cabeça, devido ao esforço para tornar as imagens nítidas.

Diagnóstico de mioía, hipermetropia e astigmatismo

O diagnóstico de miopia, hipermetropia e astigmatismo é baseado na queixa do paciente e em uma série de exames oftalmológicos que podem ser realizados no consultório, como os de acuidade visual (aquele que inclui a visualização de sequências de letras que diminuem de tamanho gradativamente), de pressão intraocular, de refração e de fundo de olho.

Tratamento da miopia, hipermetropia e astigmatismo

Os três distúrbios podem ser tratados com óculos ou lentes de contato, prescritos por um oftalmologista de forma individualizada. Cirurgias também são utilizadas desde os anos 1970 para corrigir esses problemas. Evidentemente, cada distúrbio exige ações específicas, mas em linhas gerais o procedimento é semelhante. Segundo o método mais comum atualmente, chamado Lasik, o primeiro passo é aplicar um colírio anestésico no olho a ser tratado. O olho é então mantido aberto por grampos para que o oftalmologista possa operá-lo.

Ilustração representando laser sobre córnea após corte no epitélio.

Em seguida, é feito um microcorte na membrana que envolve a córnea, formando uma espécie de tampa. Por fim, é usado um feixe de raio laser sobre o tecido da córnea para conformar sua curvatura de modo que a luz componha a imagem corretamente. A duração da cirurgia é de cerca de 15 minutos, mas o momento em que se usa o laser é bastante rápido, em torno de 30 segundos. O paciente deve enxergar com nitidez logo após a passagem do efeito do anestésico, minutos após o término. Esfregar os olhos e praticar atividade física são contraindicados durante 30 dias.

Como esses problemas tendem a se agravar ao longo dos anos, é recomendado aguardar até que a condição se estabilize antes de lançar mão do procedimento cirúrgico. Algumas pessoas, contudo, não podem realizar a cirurgia. O grupo principal é o daqueles que têm a córnea muito fina, pois o laser elimina partes desse tecido.

Perguntas frequentes sobre miopia, hipermetropia e astigmatismo

  • Quanto tempo leva para a miopia se estabilizar?

Geralmente, a miopia se desenvolve e progride ao longo da adolescência, e estabiliza por volta dos 18 a 21 anos. Mas cada caso varia muito, podendo haver aumento de grau até além dos 30 anos. É importante ressaltar que estabilizar não garante que o distúrbio nunca mais irá voltar a ocorrer.

  • Quando se considera a miopia estabilizada para poder operar?

Geralmente, os oftalmologistas consideram que o problema está estabilizado quando o grau não muda em um intervalo de 6 meses a 1 ano.

  • Fisioterapia ajuda em casos de miopia?

Não. A fisioterapia pode ser útil em casos de estrabismo, mas esse é um problema que não tem nada a ver com a miopia.

  • Usar óculos ou lentes corretamente ajuda o grau a estabilizar?

Não. Os distúrbios de visão se desenvolvem independentemente.

  • É possível ter os três problemas ao mesmo tempo?

Sim, mas é impossível ter miopia e hipermetropia no mesmo olho. Como é possível ter astigmatismo junto com algum desses dois distúrbios, uma pessoa pode ter miopia e astigmatismo em um olho, e hipermetropia e astigmatismo em outro. Só assim ela terá os três distúrbios simultaneamente.

  • Deixar de usar óculos ou lente causa ou piora distúrbios de visão?

Não. Deixar de usar as lentes corretivas causa cansaço visual, mas não agrava o problema.

  • Ler no escuro pode provocar um distúrbio de visão?

Não. Ler com pouca luminosidade exige esforço e cansa a vista, mas não leva a um distúrbio.

  • Usar muito computador prejudica a visão?

Não exatamente. Quem usa muito computador pode piscar menos devido à concentração, o que leva à má lubrificação e pode provocar ardor e sensação de vista cansada, mas não causa um distúrbio como miopia.

  • Usar óculos de outra pessoa faz mal?

Sim. Cada óculos é prescrito para um paciente. Usar óculos com graus diferentes do seu leva os olhos a se esforçarem e pode provocar tontura e enjoo.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Portal Dráuzio Varella