25 de Abr de 2024

Levantamento mostra que seis em cada 10 portadores de catarata têm olho seco. Deficiência da lágrima afeta a cirurgia. Entenda

Ao lado da catarata e falta de óculos que respondem por três em cada quatro casos de deficiência visual no País, a síndrome do olho seco é a doença mais frequente para quem já passou dos 60 anos e em muitos casos até antes. Para se ter ideia, um levantamento realizado pelo oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto nos prontuários do hospital em que atende em Campins/SP, mostra que de 180 pacientes diagnosticados com catarata, 60% tinham olho seco. Desses, 81 eram mulheres, 27 homens e 45% nem desconfiavam da deficiência na lágrima que também deixa a visão embaçada. Isso porque, explica, a doença em muitos casos é assintomática, como acontece com mais da metade das alterações nos olhos.

Dá para se livrar dos óculos?

O médico afirma que a cirurgia de catarata é um dos procedimentos que mais agregou novas tecnologias nos últimos anos. "Já não está restrita à troca do cristalino, lente interna do olho, por uma lente intraocular (LIO) implantada no olho. Hoje os pacientes têm expectativa de excelente qualidade de visão após a cirurgia", comenta o médico. A cena é recorrente, após o diagnóstico a primeira pergunta que muitos fazem é se vão ficar livres dos óculos quando passarem pela cirurgia. De fato, o oftalmologista diz que a última geração de lentes intraoculares, as trifocais, oferecem excelente visão a uma distância de 30 e 60 centímetros. Cirurgias feitas com estas lentes eliminam simultaneamente a catarata, miopia, astigmatismo, hipermetropia ou presbiopia em um único procedimento. Mas o resultado depende muito da experiência do cirurgião, das condições de saúde dos olhos e de medidas exatas do globo ocular, a biometria, que determina a personalização da lente para cada caso. Queiroz Neto afirma que a lente trifocal não é indicada para todos. "Por exemplo, para motoristas profissionais que fazem longas viagens noturnas com frequência, a nitidez da visão à distância pode ficar abaixo do que necessitam. Já para quem passa a maior parte do tempo trabalhando no computador pode ser perfeita", explica.

Pré-cirúrgico

O especialista ressalta que independente do tipo de lente, o tratamento do olho seco antes da cirurgia faz toda diferença. Isso porque, vários estudos mostram que o filme lacrimal instável ou irregular sobre a córnea, que responde por mais de 70% da refração em nosso olho, provoca imprecisão no cálculo da lente intraocular e compromete a correção refrativa da cirurgia. Por isso, todo paciente passa por completa avaliação da lágrima antes da biometria que determina a potência da lente intraocular.

Tratamento

Em pacientes com insuficiência aquosa no filme lacrimal, Queiroz Neto afirma que o tratamento pode incluir lágrima artificial, ácido hialurônico para dar suporte à regeneração da camada externa da córnea, oclusão do canal lagrimal em casos severos e soro autólogo. Quando a insuficiência ocorre na camada lipídica, que corresponde a 70% dos casos, as terapias utilizadas pelo oftalmologista são suplemento oral de ômega 3, e aplicações de luz pulsada na desobstrução profissional da glândula de meibômio, higienização das pálpebras e tratamento dos casos de rosácea.

Cirurgia

O oftalmologista afirma que a cirurgia é rápida, indolor e no mesmo dia o paciente recebe alta. É feita com sedação e anestesia local com uma gota de colírio. Por uma pequena incisão no canto da córnea a catarata é expirada por um delicado instrumento e a lente é inserida na sequência. Muitos pacientes já acordam da cirurgia encantados com o ganho imediato de visão. Primeiro é operado um olho e depois o outro. Para que não haja intercorrências o médico afirma que é muito importante instilar os colírios rigorosamente conforme a indicação do cirurgião. Todos os pacientes recebem um manual de recomendações pós cirúrgicas. Qualquer desconforto a recomendação é marcar uma consulta imediatamente com o cirurgião.

 

 

 

 

 

 

Fonte: assessoria de comunicação do Instituto Penido Burnier